quarta-feira, 25 de maio de 2016

O INCIDENTE DO PASSO DYATLOV






OLHE BEM PARA ESTES RAPAZES E MOÇAS!!!!


Eles foram assassinados no mesmo dia. O dia primeiro de fevereiro de 1959, numa noite extremamente fria e num lugar extremamente solitário e hostil: os montes Urais, uma cadeia de montanhas a nordeste da Rússia. Exceto pelo rapaz de bigode que tinha 37 anos, o restante da turma tinha idade entre 21 e 25 anos. Todos tinham família. Todos foram ou ainda eram bons alunos até o dia de suas mortes. Tinham sonhos, esperança, anseios, amores, ideais...
Quem os matou é a questão. Questão esta que não foi resolvida (ou esclarecida) até hoje, passados 57 anos de suas mortes. Mesmo com as investigações da polícia local, da KGB (polícia secreta da extinta União Soviética) e do Exército Vermelho. Até hoje seus familiares visitam o túmulo coletivo dos nove alpinistas e até hoje existe uma busca por respostas para as nove mortes misteriosas.
No último dia de suas vidas, os nove alpinistas (eram dez, porém um deles, Yury Yudin, teve problemas de saúde e voltou no decorrer do quinto dia da expedição) montaram a barraca com um dos lados virado para a floresta que haviam deixado para trás e o outro lado virado para a montanha que iriam encarar.

Mapa com a trajetória dos alpinistas (no destaque a última parada no Passo Dyatlov)
A barraca é, ainda, o epicentro de todos os mistérios. De todas as perguntas sem respostas. Quando ela foi encontrada pelo grupo de resgate possuía pequenos cortes horizontais e grandes aberturas verticais, todas feitas na lateral que estava virada para a floresta. E todas feitas de dentro para fora. 
A hipótese que se levanta é que os pequenos rasgos foram feitos para observar a floresta, no entanto, algo ou alguém os assustou com tanto pavor que os obrigou a abandonar a barraca às pressas sem se vestirem adequadamente ou se calçarem


Cena do documentário do Discovery Channel Morte na Neve mostrando os pequenos rasgos na barraca dos alpinistas
Cena do documentário do Discovery Channel Morte na Neve mostrando os grandes rasgos por onde os alpinistas provavelmente teriam escapado
Outra hipótese da qual não compartilho é a dos alpinistas experientes, como alardearam sites russos e até a mídia russa. Não havia ninguém experiente no grupo. Como podem alegar que aqueles rapazes e moças eram experientes com a pouca idade que tinham? Estavam sim acostumados com o frio russo pois todo russo se acostuma com temperaturas extremamente baixas, mas o único que conhecia um pouco melhor a região era Igor Dyatlov (na primeira fileira é o segundo da esquerda para a direita) que, justamente por isso, era o líder da expedição. O alpinista mais velho era Alexander Zolotaryov, o Sasha, que estava às vésperas de completar 38 anos de idade. Os outros alpinistas eram (de cima para baixo e da esquerda para a direita): 

  • Alexander Kolevatov (Kolevatov) - 16/10/34 a 01/02/59. Estudante de física nuclear;
  • Igor Dyatlov (Igor) - 13/01/36 a 01/02/59. Líder da equipe. Estudante excepcional de engenharia e aventureiro, inventor amador e rádio entusiasta;
  • Yuri Krivonishchenko (Georgy) - 07/02/35 a 01/02/59. O "bobo da corte" do grupo. Sempre conquistava seus amigos com piadas ou paródias.Estudava construção e hidráulica;
  • Yuri Doroshenko (Doroshenko) - 29/01/38 a 01/02/59. Tinha forte personalidade e era impulsivo. Ficou famoso por correr atrás de um urso gigante com um martelo de geólogo. Estudava rádio engenharia;
  • Alexander Zolotaryov (Sasha) - 02/02/21 a 01/02/59. Veterano da Segunda Guerra Mundial. Falava polonês, ucraniano e alemão. Serviu no exército russo, no regimento dos cossacos e atualmente trabalhava numa indústria de mineração. Estudava  para ser engenheiro militar quando se juntou ao grupo de Dyatlov;
  • Nikolay Thibault-Brignoles (Kolya) - 05/06/35 a 01/02/59. Neto de um engenheiro francês que emigrou para os Urais na década de 1880. Tinha acabado de se graduar em construção civil. Autodidata que alternava momentos de introspecção com alegria intensa;
  • Rustem Slobodin (Rustik) - 11/01/36 a 01/02/59. Foi o mais novo graduado em engenharia mecânica. Tendo nascido e crescido em Moscow, destacava-se perante seus amigos. Atlético e musical: ele era ambos;
  • Zinaida Zolmogorova (Zina) - 12/01/37 a 01/02/59. Era altamente sociável e adorava agradar seus amigos com estórias. Seus estudos de rádio engenharia não vieram naturalmente à ela, mas era uma aluna dedicada e sempre a última a deixar a biblioteca;
  • Lyudmila Dubinina (Lyuda) - 12/05/38 a 01/02/59. Lyuda era o membro mais jovem do grupo com 20 anos. Estudante de construção com ênfase em economia. Atlética e forte ela era dedicada e uma comunista convicta.
Hipóteses, teorias, suposições. É tudo o que se tem do caso Dyatlov. Como deveriam retornar no dia 12 de fevereiro e atrasos eram normais, as equipes de busca só começaram a se mobilizar em 20 de fevereiro, com a ajuda de helicópteros do exército vermelho.
As autópsias dos cinco primeiros corpos foram realizadas em Vhizay pelo médico legista Boris Alekseevich Vozrojdenniy. Todos morreram de hipotermia mas...

Georgy e Doroshenko foram os primeiros a ser encontrados, em 26 de fevereiro de 1959.
Doroshenko é o mais próximo da fotografia e está de barriga para cima. Tinha 1,8m de altura e era o mais forte. Coincidentemente foi o primeiro a morrer.

Georgy é o mais afastado da  fotografia e está de bruços. Ambos apresentavam inúmeras contusões e Georgy estava sem o nariz.

Igor, o líder da equipe, apresentava inúmeros arranhões, contusões e hematomas. Nada letal. Morreu de hipotermia. 

Embora os cinco corpos morreram em posições que indicam uma tentativa de retornar à barraca, Zina foi a que chegou mais perto. Possuía um grande hematoma na região da cintura mas morreu de hipotermia.

Rustik só foi encontrado em 5 de março e autopsiado no dia 8. Apresentava múltiplas fraturas nos ossos do crânio como se tivesse se ferido com tudo o que esbarrasse pelo caminho. Estava enterrado na neve e os investigadores acreditam que era o único que tinha algum calor corporal, pois a neve abaixo dele derreteu e se transformou em gelo. A causa da sua morte foi a hipotermia.

Os outros quatro corpos só foram encontrados no dia 4 de maio, mais de dois meses depois, por um caçador Mansi. Estavam em um declive do terreno que, com a água do degelo de primavera, transformou-se em um pequeno riacho, acelerando a decomposição dos corpos. Apresentavam fraturas múltiplas de costelas como se tivessem sido atropelados por um automóvel, porém sem marcas externas. Lyuda foi a alpinista que mais sofreu. Estava sem os olhos e tanto a língua quanto parte da musculatura da boca haviam sido arrancadas. Uma das costelas perfurou-lhe o coração e foi a única alpinista que não teve como causa da morte a hipotermia. 

Entre as prováveis mas não possíveis causas, estão:

  1. O povo Mansi, que habita a região há mais de quinhentos anos, vive principalmente de caça e não tolera forasteiros. Na época chegaram a ser acusados como suspeitos das mortes dos alpinistas, mas foram posteriormente inocentados;
  2. O "abominável homem das neves", genericamente chamado de Yeti. O povo Mansi os chama de Menk ou Mestre da Montanha. São seres com aparência humanoide, possivelmente primatas. Sua altura passa de dois metros e meio e possuem força descomunal. São arredios e evitam o contato com os seres humanos. Não existem evidências que comprovem definitivamente a existência destes seres que habitam as montanhas asiáticas e americanas do hemisfério norte (exceto por filmes e fotos feitos a grandes distâncias, moldes de pegadas gigantes, pelos e um desconhecido assovio ou uivo). A Rússia possui mais de cinco mil relatos de encontros com estes seres. Encontros violentos, porém, são só três e nestes três encontros só atacaram porque se sentiram acuados. Existe a foto de um Menk entre as fotos dos alpinistas (foram mais de cem fotos tiradas) e foi exibida no documentário Morte na Neve do Discovery.
  3. Alienígenas. O que reforçaria esta teoria foi a última foto tirada pelos alpinistas que mostra de forma desfocada possíveis luzes num céu isolado e escuro;
  4. Conspiração. Níveis consideráveis de radiatividade foram encontrados na roupa de um dos alpinistas, o que corroboraria a teoria de que um ou mais dentre os alpinistas era um espião capitalista enviando segredos de arsenais nucleares soviéticos;
  5. Teste de foguetes soviéticos. Um possível teste com um foguete de dois estágios russo nas imediações seria a causa das mortes. O foguete teria explodido próximo ao acampamento dos alpinistas;
  6. Teste secreto do exército russo nos Urais. Os alpinistas teriam visto o teste de algum tipo de arma ultrassecreta e foram mortos por por isso. Uma polaina militar encontrada no local das mortes poderia confirmar esta teoria. 

Nenhuma das teorias acima responde a todas as perguntas feitas. E como parte dos arquivos ainda está guardada a sete chaves como material "classificado", as causas das mortes continuarão um mistério por muito tempo.

Quem quiser poderá se aventurar pela trilha feita pelos alpinistas e tentar desvendar este mistério. É que algumas agências de turismo russas estão fazendo passeios exatamente iguais ao que os nove alpinistas fizeram. Mais informações entre no site 66.ru e programe o seu. Não esqueça que é preciso falar russo para entender o que está contido no site. Bom e mórbido passeio e cuidado, afinal não é porque você não acredita nas teorias acima que elas não possam existir...

Chanté!!!

segunda-feira, 16 de maio de 2016

CERVEJAS PARA TODOS OS GOSTOS

 
Confesso ser um amante inveterado de cervejas e não fico somente nas marcas e sabores básicos mas navego por novas texturas, cores, aromas e paladares. E o mercado de cervejas recebeu uma verdadeira invasão de novas marcas, tanto nacionais quanto estrangeiras. 

É o caso da Baden Baden de São José dos Campos no Estado de São Paulo ou da Wäls de Belo Horizonte no Estado de Minas Gerais.
Antes de falarmos destas maravilhas palatáveis, vamos fazer uma retrospectiva e ver como tudo começou:

Há pelo menos 10.000 anos o homem fabrica cerveja. É a bebida alcoólica mais antiga do mundo e como utiliza basicamente a mesma matéria prima do pão (cereais e leveduras), não é difícil entender  porquê é tão antiga.
Surgiu na Mesopotâmia, quando mulheres que fabricavam o pão notaram que os grãos que dormiram ao relento molharam com o sereno e fermentaram. Com o tempo passaram a dedicar esta bebida tão preciosa à deusa suméria Ninkasi, deusa da cerveja.
À direita, nobres bebendo cerveja em vasos de argila através de grandes canudos cerca de 2600a.C. A Esquerda Ninkasi.
A cerveja também foi descoberta pelos egípcios antigos e pelos chineses. Conheceu apreciadores na Grécia Antiga e no Império Romano. 
A expansão definitiva da cerveja se deu ainda na República Romana do general Júlio César, grande admirador da bebida que, em 49 a.C., depois de cruzar o Rubicão (pequeno rio no nordeste da Península Itálica), deu uma grande festa a seus comandantes, na qual a principal bebida era a cerveja. A César também é atribuída a introdução da cerveja entre os britânicos, pois quando ele chegou à Britânia, esse povo bebia apenas leite e licor de mel. Através dos romanos a cerveja também chegou à Gália, atual território da França.
Foi na Gália que a bebida definitivamente ganhou seu nome latino através da qual conhecemos hoje. Os gauleses denominavam essa bebida de cevada fermentada de "cerevísia" ou "cervísia" em homenagem a Ceres, deusa da agricultura e da fertilidade.
Cristóvão Colombo quando chegou às ilhas do continente americano percebeu que os nativos fabricavam uma bebida fermentada à base de milho. E no Brasil, os indígenas até hoje fabricam uma bebida fermentada à base de mandioca.
Foi na Idade Média, no entanto, que a cerveja adquiriu a cor, o aroma e o sabor que permanece basicamente até os dias de hoje. Os monges medievais fabricavam cervejas nos mosteiros e as vendiam a viajantes e hóspedes. Não por acaso, algumas das mais antigas cervejarias do mundo são mosteiros medievais. Entre elas está a Cervejaria Weihestephan, que era uma antiga abadia na Baviera, região da Alemanha. A cervejaria funciona no local desde o ano 1040 produzindo as cervejas Weihestephaner.
 

Fundada em 1050, outra cervejaria alemã da região da Baviera é a Weltenburg, que outrora foi a Abadia de Weltenburg e produtora das cervejas Weltenburger.

A Abadia de Notre Dame de Leffe foi fundada em 1152 na região que é hoje a Bélgica, mudando em 1200 seu nome para Abadia de Leffe e dando origem à terceira cerveja mais antiga do mundo ainda em produção, a Leffe.

Graças à globalização nós brasileiros não precisamos viajar para a Europa para degustar estas anciãs pois já estão à venda em nossos mini, super e hipermercados.
Mas as brasileiras não ficam atrás não!!!! Nem em sabor, nem em outras características que fazem da cerveja um produto de degustação e inspiração para os gourmets:

  • Baden Baden - cervejaria localizada em Campos do Jordão, interior do estado de São Paulo, produz a chamada "cerveja gourmet" nos seguintes sabores: American IPA (tipo Ale com maracujá e lúpulos cítricos), Witbier (laranja e especiarias), Chocolate (tipo Ale com cacau, baunilha, maltes tostados e lúpulos especiais) e Weiss (cerveja de trigo com cravo e banana), entre outras (não falarei de todas porque a Baden Baden não está me pagando). 
  • Wäls - cervejaria localizada em Belo Horizonte, capital do estado de Minas Gerais, produz cervejas especiais como a Petroleum (tipo Russian Imperial Stout com aromas de chocolate belga, café, toffee e caramelo, maturada com cacau belga extra bruto), a Witte (cerveja de trigo de recita belga com laranja e pimenta da Jamaica), a Trippel (tipo Belgian Strong Ale com coentro, casca de laranja e outras especiarias, entre outras. Um alerta: as cervejas Wäls costumam ter elevado teor alcoólico (entre 5 a 12%), portanto aprecie com moderação.
  • Amazon Beer - cervejaria localizada em Belém do Pará, produz cervejas artesanais com produtos da região como a Forest Bacuri (cerveja frutada e leve que utiliza o bacurí, fruta típica da região, na sua composição), Stout Açaí (não precisa dizer mais nada), Witbier Taperebá (cerveja de trigo com aromas cítricos e teperebá, também conhecido como cajá), entre outras.

Existem muitas outras cervejas, artesanais ou não, e não é o propósito desta matéria investigar a fundo todas elas pois assim teríamos que publicar um livro. 
Importante é destacar a cerveja como a bebida mais antiga da humanidade, acompanhando o homem em sua jornada histórica, desenvolvendo-se à medida que o homem também se desenvolvia e participando de sua história como um patrimônio cultural de toda a raça humana. Quantas descobertas e invenções não foram feitas ao lado de um bom copo desta bebida consagrada? Quantas declarações de guerra e tratados de paz não foram assinados enquanto se bebiam uma caneca de cerveja? 
Além disso, consumida com moderação a cerveja traz uma série de benefícios como tornar os ossos mais fortes, coração, cérebro e rins mais saudáveis, afastar o risco da diabetes e câncer, reduzir a pressão arterial, aumentar a absorção de vitaminas, prevenir AVCs, etc. 
Portanto beba com moderação e tenha uma vida longa e próspera!!
Santé!











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